quarta-feira, setembro 16, 2009

Case Com Seu Terceiro Namorado/a

Stephen Kanitz



Um livro que li há 30 anos sobre estatística e matemática apresentava este conselho frio e calculista, que funcionava mais ou menos assim: Case com a sua terceira namorada/o e ponto final.

Embora este conselho pareça ridículo, do ponto de vista estatístico não é uma regra tão descabida assim.

Sua primeira namorada ou namorado, provavelmente foi escolhido/a de uma amostra de seres humanos, algo entre 20 e 50 amigos.

Ela ou ele é a/o melhor deste seu grupo de amigos, mas por ser uma amostra de um grupo pequeno, ela ou ele obviamente poderá não ser a melhor ou melhor que se tem no mundo como um todo.

Mas estatisticamente podemos dizer que o escolhido/a está bem acima da média dos homens e mulheres, algo em torno do 95% percentil. Namorado


Seu segundo namorada/o, se você de fato fez a sua lição de casa, deverá ser um pouco melhor do que o primeiro, já que você fez um upgrade.

Seu segundo namorado ou namorada agora é melhor do que 97% de tudo que você poderia ter.

Assim sendo, você deve ter melhorado a sua amostragem estatística, para alguém digamos no 97% percentil.

Gráfico 2:

2_flecha

Faça isto mais uma vez, uma terceira namorada, que apesar de todos os seus defeitos estará no 99% percentil ou algo próximo disto.

Gráfico 3:

3_flecha

Você nunca poderá namorar todo mundo do mundo, antes de decidir, e portanto o 100% ou 99% normalmente é uma meta impossível. Além do mais é neste grupo que se encontram a Cameron Diaz e George Clooneys.

Portanto diz a teoria, case-se com sua terceira namorada. Até porque não tem algo muito melhor dando sopa por aí.

Mas tem outra razão para esta regra.

A melhoria que você poderia almejar continuando a sua busca pela mulher perfeita, não é uma melhora tão significante assim.

Depois da terceira escolha, as chances de você piorar sua situação é grande, porque elas e eles não ficam dando sopa eternamente e seu universo poderá começar a diminuir à medida que todos forem se casando.

As chances de você ficar com nenhuma esposa ou marido são maiores do que continuar à sua procura.

Este é o atual problema de muitas mulheres de carreira que decidem se casar aos 34. Elas acabam tendo a sensação de que os homens não são como antigamente, e não aceitam casar com alguém inferior a algum antigo namorado.

Não, os homens não estão se deteriorando, os melhores simplesmente estão se casando e saindo do mercado dos disponíveis.

Eu só estou escrevendo isto, porque muitos leitores do meu artigo “O Contrato de Casamento”, publicado na Veja, ficaram com a impressão que eu estava sugerindo casamento sem fazer muita escolha, e concentrar em melhorar o relacionamento.

Escolha sim, mas não exagere, o príncipe perfeito não existe, nem a princesa, e trabalhar no relacionamento é a saída correta, quanto antes melhor.

Concentre-se em melhorar o relacionamento com a pessoa que já está ao seu lado, do que gastar a mesma energia tentando achar alguém perfeito. Estatisticamente dá na mesma.